Vale a pena ler! Conheça A Menina que Tinha Dons:
Num futuro distópico, em que a maioria da humanidade foi exterminada, um grupo de crianças vive confinado numa base militar. Todas as manhãs elas aguardam em suas celas o sargento Parks vir com uma arma apontada e mais dois de seus homens para afivelá-las — tornozelos, pulsos e pescoço — à cadeira de rodas que as levará para a aula. Certa vez, Melanie, a mais inteligente delas, brincou dizendo que não iria mordê-los. Ninguém riu. Sabiam que o cheiro de carne humana era o estopim para que ela perdesse o controle e entrasse num estado de muita, muita “fome”! Eis a premissa de A menina que tinha dons, original e emocionante thriller de horror de M.R. Carey, prestigiado roteirista de HQ’s de sucesso, como Hellblazer e X-Men, título que inaugura o Fábrica231, novo selo de entretenimento da Editora Rocco.
Da cela para a sala de aula, passando por um longo corredor, de segunda a sexta. Aos sábados, cárcere o dia todo. E, nos domingos, uma tigela de larvas para comer e um banho químico no chuveiro. Apesar da prisão e do tratamento rígido e hostil do sargento e seus soldados, Melanie ama sua escola. Tem apreço pelos livros, adora estudar. De fatos históricos, passando por equações, até os mitos gregos e o mundo além daquelas paredes que as encerravam. Mal podia imaginar, porém, que, na verdade, ela e as demais crianças eram cobaias: a única esperança para salvar a raça humana.
Décadas atrás, um “apocalipse zumbi” dizimou quase toda população do planeta. Uma versão mutante do fungoOphiocordyceps unilateralis — que na vida real infecta formigas amazônicas, passando assustadoramente não só a alimentar-se delas como também a controlar seu sistema nervoso com fins de perpetuação da espécie — encontrou no homem, o suposto topo da árvore evolutiva, seu melhor hospedeiro. Privados de suas faculdades mentais, os “famintos”, como são designados aqueles que foram contaminados pelo parasita, visam apenas comer a carne dos seres humanos então saudáveis. São marionetes putrefatas comandadas por um parasita oportunista e mais inteligente do que se pode imaginar — os zumbis, afinal, são um meio, e não um fim.
Aos poucos remanescentes, resta (sobre)viver em áreas protegidas, como em Beacon, na Inglaterra, ou fora delas, livres mas por sua conta e risco, como os “lixeiros”. E assim permaneceria esse status quo de fuga e medo se incursões militares em territórios infestados de mortos-vivos, em busca de antigos equipamentos de tecnologias deixados nas casas e locais de trabalho, não se deparassem com o improvável: crianças infectadas pelo Ophiocordyceps, porém, de aparência normal, que podiam pensar, falar, aprender, socializar e não somente correr e comer como os famintos!
Levados à popularidade pelos filmes de George A. Romero na década de 1970, os zumbis têm sido explorados desde então no cinema e na literatura e estão cada vez mais em voga, são ícones da cultura pop, vide uma série de jogos de videogame e a série norte-americana de sucesso The Walking Dead. A questão é: depois de tanta coisa já feita sobre o tema, restou alguma carne no cadáver? Com sua larga experiência como roteirista de quadrinhos, M.R. Carey mostra que sim, com uma abordagem humanista e inovadora em A menina que tinha dons.
Infectada por um parasita, a carente e sonhadora Melanie seria vilã ou vítima? Inescrupulosa e sem sentimentos, dissecando crianças para salvar a raça humana, a cientista Caldwell seria vítima ou vilã? Com muita habilidade, Carey criou uma jovem e carismática protagonista que faz com que o leitor torça e se apaixone pela zumbi! Mesmo porque o verdadeiro inimigo não é o morto-vivo ou o astuto fungo que o governa, mas a evolução: uma espécie dominante (o homem) sendo sobreposta por outra (os famintos). Relativizando o impulso inato de um animal para se proteger da extinção, Carey provoca uma reflexão sobre ética, moral e os limites da ciência.
Variando com mestria a voz narrativa entre um narrador onisciente e os personagens principais da história, o autor dá fôlego a distintos pontos de vista e conclama o leitor a pensar e debater sobre os rumos da trama e de nós mesmos, seres humanos. Afinal, a relação fraterna entre a Srta. Justineau e Melanie, “a menina que tinha dons”, é uma lição de como amor, lealdade, compaixão e confiança afetam a maneira como nos comportamos.
Da cela para a sala de aula, passando por um longo corredor, de segunda a sexta. Aos sábados, cárcere o dia todo. E, nos domingos, uma tigela de larvas para comer e um banho químico no chuveiro. Apesar da prisão e do tratamento rígido e hostil do sargento e seus soldados, Melanie ama sua escola. Tem apreço pelos livros, adora estudar. De fatos históricos, passando por equações, até os mitos gregos e o mundo além daquelas paredes que as encerravam. Mal podia imaginar, porém, que, na verdade, ela e as demais crianças eram cobaias: a única esperança para salvar a raça humana.
Décadas atrás, um “apocalipse zumbi” dizimou quase toda população do planeta. Uma versão mutante do fungoOphiocordyceps unilateralis — que na vida real infecta formigas amazônicas, passando assustadoramente não só a alimentar-se delas como também a controlar seu sistema nervoso com fins de perpetuação da espécie — encontrou no homem, o suposto topo da árvore evolutiva, seu melhor hospedeiro. Privados de suas faculdades mentais, os “famintos”, como são designados aqueles que foram contaminados pelo parasita, visam apenas comer a carne dos seres humanos então saudáveis. São marionetes putrefatas comandadas por um parasita oportunista e mais inteligente do que se pode imaginar — os zumbis, afinal, são um meio, e não um fim.
Aos poucos remanescentes, resta (sobre)viver em áreas protegidas, como em Beacon, na Inglaterra, ou fora delas, livres mas por sua conta e risco, como os “lixeiros”. E assim permaneceria esse status quo de fuga e medo se incursões militares em territórios infestados de mortos-vivos, em busca de antigos equipamentos de tecnologias deixados nas casas e locais de trabalho, não se deparassem com o improvável: crianças infectadas pelo Ophiocordyceps, porém, de aparência normal, que podiam pensar, falar, aprender, socializar e não somente correr e comer como os famintos!
Levados à popularidade pelos filmes de George A. Romero na década de 1970, os zumbis têm sido explorados desde então no cinema e na literatura e estão cada vez mais em voga, são ícones da cultura pop, vide uma série de jogos de videogame e a série norte-americana de sucesso The Walking Dead. A questão é: depois de tanta coisa já feita sobre o tema, restou alguma carne no cadáver? Com sua larga experiência como roteirista de quadrinhos, M.R. Carey mostra que sim, com uma abordagem humanista e inovadora em A menina que tinha dons.
Infectada por um parasita, a carente e sonhadora Melanie seria vilã ou vítima? Inescrupulosa e sem sentimentos, dissecando crianças para salvar a raça humana, a cientista Caldwell seria vítima ou vilã? Com muita habilidade, Carey criou uma jovem e carismática protagonista que faz com que o leitor torça e se apaixone pela zumbi! Mesmo porque o verdadeiro inimigo não é o morto-vivo ou o astuto fungo que o governa, mas a evolução: uma espécie dominante (o homem) sendo sobreposta por outra (os famintos). Relativizando o impulso inato de um animal para se proteger da extinção, Carey provoca uma reflexão sobre ética, moral e os limites da ciência.
Variando com mestria a voz narrativa entre um narrador onisciente e os personagens principais da história, o autor dá fôlego a distintos pontos de vista e conclama o leitor a pensar e debater sobre os rumos da trama e de nós mesmos, seres humanos. Afinal, a relação fraterna entre a Srta. Justineau e Melanie, “a menina que tinha dons”, é uma lição de como amor, lealdade, compaixão e confiança afetam a maneira como nos comportamos.
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